quinta-feira, 28 de junho de 2012

Com exceção do teu olhar






"Não me lançarei no abismo
E não beberei veneno
E não poderei apertar o gatilho...
Com exceção do teu olhar, nenhuma lâmina me atrai com seu brilho"

Maiakovski

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Madame Justiça




V
- Olá formosa dama . . . linda noite, não?
V - Perdoe-me a intromissão talvez a senhorita pretendesse passear . . . apenas desfrutar da paisagem. Não importa, creio que é chegado o momento de uma breve conversa. Ah eu me esqueci de que não fomos apresentados. Eu não tenho nome, mas pode me chamar de V.
?? - Madame Justiça... Este é V. V... está é madame Justiça.
V - Ola madame Justiça.
Justiça - Boa noite V.
V - Pronto. Agora ja nos conhecemos. Para ser sincero, outrora fui um admirador seu, Até imagino o que está pensando.
Justiça -O pobre rapaz tem um queda por mim . . . uma paixão juvenil.
V - Desculpe mas não é esse o caso
V - Eu a admirava apesar da distancia, ainda criança, passando pela rua, eu admirava sua beleza. Eu dizia ao meu pai, "Quem é aquela moça?", e ele respondia, "É a madame Justiça", ao que eu replicava: "como ela é linda". Por favor, não pense que se trata apenas de atração física. E, absoluto, eu a amava como pessoa, como ideal. Isso foi muito tempo, agora, confesso que há outra. . .
Justiça - O que? Que vergonha, V! Traindo me com uma meretriz de labios pintados e sorriso vulgar!
V - Eu madame? Permita-me uma correção. Foi a sua infidelidade que me arremessou nos braços dela! Ah! ficou surpresa, não? Pensou que eu desconhecia suas escapadelas? Enganou-se. Eu sei de tudo. Na verdade não me surpreendi quando soube que você flertava com homens de uniforme.
Justiça - Uniforme? Não sei do que está falando. Sempre foi você, V ...o único em minha vi...
V - MENTIROSA! MERETRIZ! Ousa negar que deixou se envolver por ele, com suas bracadeiras e botas?
Justiça - . . .
V - E então o gato comeu a sua língua?
Justiça - . . .
V - Foi o que eu pensei. Muito bem a verdade foi revelada. Você não é mais a minha Justiça. É a dele, recebeu outro em sua cama. Faça bom proveito do seu novo amante.
Justiça - Snif! Snif! Q-Quem é ela? Como se chama?
V - Seu nome é Anarquia. E ela me ensinou mais como amante do que você imagina. Com ela aprendi que não há sentido na justiça sem a liberdade. Ela não faz promessas e nem deixa de cumpri-las como você. Eu costumava me indagar, por que jamais me olhou nos olhos. Agora eu sei. Por isso, adeus, cara dama. Nossa separação não me entristece, uma vez que não é mais a mulher que amei outrora. Eis um ultimo presente que deixo aos seus pés.

V deixa um pacote em forma de coração nos pés da Justiça, e ao reverencia-la, via embora, seguindo ele uma explosão.
V - As chamas da liberdade, que adoravel. Quanta justeza,minha preciosa Anarquia, ó beldade até hoje eu te desconhecia.

Alan Moore - HQ V de Vingança

sábado, 9 de julho de 2011

Doce Veneno



De repente percebo seus lábios tocarem minha pele.

Formando-se um beijo (doce beijo do escorpião).

Deixo seu veneno percorrendo meu corpo.

E saboreio o efeito delirante da paixão.


Tudo que posso ver é um sonho insano...

Bebendo do vinho que me conduz á ilusão.

E perco lentamente cada um dos sentidos.

Provando o perigoso veneno do escorpião.


Mas isso é apenas um jogo...

Onde podemos brincar com desejos.

Provocado por sua fria tentação,

Percebo o gosto amargo do seu veneno.


Mergulho cegamente nos mistérios dos olhos

Enlouquecido por seus segredos, abraço a perdição.

E me entrego á mais perfeita fantasia...

Sentindo queimar na pele, o doce veneno do escorpião.


Érika Schiavon, Câncer de 2011.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Desejo de esquecimento


Desejo de esquecimento

Fragmento de ilusão... Uma inocência suspeita.
Minha única direção... Um caminho desnorteado.
Sabor de vinho e tentação... Uma sede insatisfeita.
Juntos: Amor, ódio e perdição... Um vício descontrolado.


Um único esquecimento
agora, seria como o alivio de todas as orações.
Qualquer droga que enlouqueça meus pensamentos, meus sentimentos e emoções.
Desejo qualquer bebida, que seja capaz de envenenar minhas esperanças.
Um licor quente e sufocante. Amargo como a dor de mil lembranças.

Pois num renascer discreto e misterioso...
Como o vento, inspirador do frio e do outono.
Minha tristeza surge como um fantasma ansioso
Brincando com a vontade de vê-la de novo.

Érika Schiavon, Gêmeos de 2010