"Não me lançarei no abismo
E não beberei veneno
E não poderei apertar o gatilho...
Com exceção do teu olhar, nenhuma lâmina me atrai com seu brilho"
Maiakovski
"Eis que me fiz de santo quando na verdade era o demônio"
De repente percebo seus lábios tocarem minha pele.
Formando-se um beijo (doce beijo do escorpião).
Deixo seu veneno percorrendo meu corpo.
E saboreio o efeito delirante da paixão.
Tudo que posso ver é um sonho insano...
Bebendo do vinho que me conduz á ilusão.
E perco lentamente cada um dos sentidos.
Provando o perigoso veneno do escorpião.
Mas isso é apenas um jogo...
Onde podemos brincar com desejos.
Provocado por sua fria tentação,
Percebo o gosto amargo do seu veneno.
Mergulho cegamente nos mistérios dos olhos
Enlouquecido por seus segredos, abraço a perdição.
E me entrego á mais perfeita fantasia...
Sentindo queimar na pele, o doce veneno do escorpião.
Érika Schiavon, Câncer de 2011.